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Riquewihr

Cidadezinha de conto de fadas, É a cidade mais famosa dessa rota, por ser a mais preservada, a mais medieval e a mais renascentista de todas.

A cidade foi gratificada com o título de um dos mais belos vilarejos da França. Um dos pontos importantes desse vilarejo é o dolder, uma torre erigida em 1291 que vigia as muralhas da extremidade superior da cidades e cujo nome significa topo.

Apesar da dimensão e do número de habitantes (cerca de um milhar), há que evitar qualquer expressão do tipo “a aldeia de Riquewihr”, descuido capaz de gerar localmente a maior indignação... Riquewihr é cidade desde 1320, o que constitui, naturalmente, motivo de forte orgulho para os seus habitantes, orgulho que não impede o povoado de pertencer, paradoxalmente, a uma associação que reúne as cem mais belas aldeias de França!

Ainda que a torre Dolder, que fazia parte da primeira cintura de muralhas, construída no final do século XIII, seja uma das imagens mais reproduzidas da cidade, o século XVI corresponde à época de ouro de Riquewhir, quando o rendimento da produção vinícola aumentou substancialmente. A maioria das belíssimas e coloridas casas em tabique que rodeiam as estreitas ruas e ruelas da povoação data precisamente desse tempo. Muitas delas apresentam-se decoradas com escultura em madeira, uma delas famosíssima pela réplica que acabou por constituir um dos ex-líbris da cidade de Bruxelas. Com efeito, o Manneken-pis, datado de 1617, terá colhido inspiração numa figura semelhante criada por um artista da Alsácia. Esculpida em 1545, o antepassado da irreverente figurinha belga pode ainda hoje ser admirado pelos visitantes de Riquewhir num edifício localizado a meio da Rua Charles de Gaulle, a rua principal.

A arquitectura de Riquewihr solicita ao visitante um esforço particular, tal a profusão de ornatos inscritos nas estruturas dos edifícios ou a quantidade de recantos que há que escrutinar. Neste capítulo, vale bem a pena, por exemplo, partir à descoberta dos pátios setecentistas, com os seus varandins de madeira e poços que conservam as estruturas originais em ferro forjado. Entre muitos outros, anotem-se o Pátio Schwander, na Rue Saint-Nicholas (duas escadas em caracol, em madeira e em pedra), e o Pátio das Cegonhas, na Rue des Écuries, onde se pode ver uma enorme prensa em madeira, datada do início do século XIX.

Do topo da torre Dolder obtém-se um bom panorama da cidade e, também, dos vinhedos circundantes. Na região há um percurso assinalado, de 15 km, que abrange um território de excelência entre Riquewihr, Zellenberg, Beblenheim, Hunawhir, Mittelwhir e Bennwihr. O Riesling produzido localmente é dos melhores da Alsácia, graças à natureza calcária dos solos, generosos também para as castas Moscatel e Pinot. Provas recomendadas: Sporen e Schoenenberg.